domingo, 19 de dezembro de 2010

Copo meio cheio, meio vazio


A forma como olhamos para a vida é uma sequência de meios copos.
Copos meio cheios alternados com copos meio vazios.
Algures no meio desta alternâncias vamos definindo a nossa felicidade, felicidade essa que depende da nossa capacidade de ver o meio copo meio cheio, ou de tentar não ver o copo meio vazio.

Quando desejamos algo em demasia, a vida nesse momento assemelha-se a um copo meio vazio.
Quando não esperamos ou não exigimos muito, o que se nos depara pelo caminho é antes um copo meio cheio.
Poucos são os que olham para o seu copo com a capacidade de o ver cheio.
A esperança ou a ambição, apesar de diferentes, levam-nos a procurar a metade que falta encher.
Não há nisso nada de mal, desde que não nos esqueçamos que a metade existente deve ser aproveitada, gozada e vivida.Se nos dermos ao trabalho de olhar para a metade do copo existente, poderemos talvez descobrir que essa água é afinal um enorme oceano, uma mar de vida que se nos dermos ao trabalho de mergulhar nele não teremos mãos a medir com tudo o que aí há para ser vivido.

Essa metade pode ser uma família que se preocupa connosco, o apoio dos amigos, a companhia da pessoa amada, ou apenas um sorriso de alguém simples que passou por nós e que nos faz lembrar que vale a pena viver.
Mas apesar disso, a maioria preocupa-se mais em procurar a metade que falta do que aproveitar a metade que tem.
Mesmo não sabendo bem o que procurar. Em alguns casos essa outra metade é como se fosse a água duma miragem no deserto, que está sempre à vista e que, por mais quilómetros que palmilhemos, nunca conseguimos alcançá-la.
Podemos partir e percorrer o mundo inteiro à procura da metade do copo que falta encher, mas depois de partir e trotar o mundo à procura dessa água rara e esquiva, podemos descobrir que essa água poderia ser encontrada tanto no fim do mundo como naquela fonte que sempre correu ao lado da nossa casa, na aldeia onde nascemos.

Mas, para chegar a essa conclusão, é necessário ter primeiro bebido muita água, de muitas fontes, de muitos lugares.
Talvez não seja obrigatório parar, deixar de correr atrás da metade em falta, mas não devemos ignorar o meio copo que já temos.
Sentem-se e bebam em grandes tragos o vosso meio copo, e talvez descubram que essa metade estará sempre lá, como uma cornucópia da abundância que nunca se esgota.
Essa metade tem a água suficiente para matar a sede até ao fim dos nossos dias independentemente de nos parecer meio cheio ou meio vazio.A metade que falta, em alguns casos, pode ser apenas um engodo da nossa ambição que não nos deixa descansar para gozar a vida.
O que existe no mundo afinal são copos de muitos tamanhos porque a água que temos é sempre a mesma para todos, e o segredo para encontrar a felicidade e ter tempo para gozar a vida passa por não querer ter copos demasiado grandes.
Para se ser feliz talvez seja necessário apenas diminuir ligeiramente o tamanho do copo das nossas expectativas.

Por que?!


Por que as coisas se tornam tão complexas, quando perante aos seus olhos são tão simples?!
Por que quando tudo está prestes a mudar, vem um furacão e deixa tudo pior do que estava antes?!
Por que quando a gente espera pela solução de um problema, ela nunca vem, e quando voce simplesmente lava as mãos ela reaparece, só que devido a ter se prolongado tanto, agora a solução vira um problema?!
Por que as palavras não ditas, muitas vezes torturam mais do que as faladas sem pensar?!
Por que mesmo quando estamos felizes temos medo de um dia tudo aquilo acabar e por conta disso vivemos infelizes interiormente?!
Por que as vezes a resposta para tudo está diante dos nossos olhos, mas a gente por teimosia não quer enxergar?!
Por que a gente cria muros ao redor de nós mesmos para não ser infelizes, mas muitas vezes esses próprios muros impedem a gente de ser feliz?!
Por que muitas vezes temos que optar entre a alegria de quem voce ama, e a sua própria alegria?!
Por que muitas vezes o silêncio diz mais do que mil palavras?!
Por que será que quanto mais difícil, mais a gente se empenha, pra obter resultado e quando parece ser fácil a gente não dá valor?!

As vezes penso, como a vida é complicada e como a gente faz de tudo para deixa-la pior, como as coisas poderiam ser mais fáceis, se os que tivessem ao redor realmente nos ajudassem e nao esperassem o circo pegar fogo, para contemplar ao horizonte...

E infelizmente para muitos a vida é um show, onde vem o 1º ato, 2º ato, 3º ato e ato final...

A abertura das cortinas... A peça em sí sendo exibida... O auge do espetáculo... e as cortinas que se fecham anunciando o fim do espetáculo...


SEM NENHUM APLAUSO.

CONFUSÃO - Por Eber Vasconcelos



Existem sempre estranhezas
Não compreendidas,
Resistem às naturezas contrárias
E não podem ser repreendidas.

Os amores que tive são estranhos,
Me torturam,pois não existem.
No entanto já existiram ou fingiram existir,
Causaram tonturas em meus sonhos.
Deve ser por que nunca tive porquê ou por quem sonhar.

Até hoje,esses amores sempre foram irreais.
A realidade nunca compreendeu-me.

Todas essas palavras se confundem e me causam dor de cabeça.
Quando interpretá-las,terei a chave dos cadeados de todas
As correntes que me mantêm paralisado.